O Índice de Confiança do Empresário Industrial (ICEI), da Confederação Nacional da Indústria (CNI), subiu 4,8 pontos em maio, na comparação com abril de 2021, rompendo uma sequência de quatro quedas consecutivas.
O indicador atingiu 58,4 pontos, em uma escala de 0 a 100, sendo 50 pontos a linha de corte entre a confiança e a falta de confiança. Esse crescimento reverte parte da queda ocorrida entre janeiro e abril deste ano de 9,4 pontos.
O gerente de Análise Econômica da CNI, Marcelo Azevedo, explica a percepção do empresário em relação às condições atuais.
“É importante notar que, neste ano, o índice sempre esteve acima dos 50 pontos, o que significa que em nenhum momento, o empresário deixou de ter confiança. Mas, agora em maio, percebemos que ela está mais forte e disseminada”.
O Índice de Expectativas, que compõe o ICEI, cresceu 4,5 pontos e ficou em 62,6 pontos, bem acima da linha divisória de 50 pontos, o que indica otimismo em relação aos próximos seis meses.
Produção industrial do Paraná registra forte crescimento em março
A produção industrial do Paraná, em março, teve alta de 12,3% na comparação com o mesmo mês de 2020. No Brasil, a elevação da atividade chegou a 10,5% no mesmo período.
Santa Catarina registrou o melhor resultado do país, com alta de 36,5%. E, Rio Grande do Sul, 21%. Já na avaliação contra fevereiro deste ano, a indústria do estado registra queda de 1%. Em Santa Catarina e Rio Grande do Sul também houve retração, de 1% e 7,3%, respectivamente.
Todos seguiram a tendência nacional. No Brasil, a produção encolheu 2,4% em relação ao mês passado. Os dados foram divulgados nesta terça-feira (11/5), pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Crescimento no primeiro trimestre de 2021 é de 9% em relação ao ano passado.
“Em março do ano passado a indústria sentiu os primeiros efeitos do início da pandemia, com interrupção total de várias atividades. Neste ano, o mesmo mês teve um dia útil a mais do que no ano passado, o que também interfere no resultado”, explica o economista da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Evânio Felippe.
No acumulado do ano, os resultados apontam para um maior vigor da atividade industrial no estado.
O crescimento neste primeiro trimestre de 2021 é de 9% em relação ao obtido nos três primeiros meses do ano passado.
Naquela época, a alta em relação ao primeiro trimestre de 2019 era de 2,6%. Paraná e São Paulo, empatados, têm o quarto melhor desempenho no Brasil, de janeiro a março. Santa Catarina lidera o ranking com 17,8% de crescimento, seguida por Rio Grande do Sul (12,3%) e Minas Gerais (9,1%).
O resultado nacional acumulado este ano é de 4,4% no mesmo período. Nos últimos 12 meses, a indústria do Paraná registra queda de 1% quando avaliada sua trajetória de produção.
Setores
Em março, das 13 atividades industriais acompanhadas pelo IBGE no Paraná, apenas a fabricação de papel e celulose teve desempenho ruim, queda de 6,2%. Os destaques foram o setor de madeira, alta de 58,9%, seguido por móveis (38,3%), produtos minerais não-metálicos (35,5%), fabricação de produtos de metal, exceto máquinas e equipamentos (31,5%), e produtos químicos, alta de 28,5%.
Sondagem Industrial no Paraná
De acordo com o economista, na Sondagem Industrial de março da CNI, pesquisa realizada junto aos industriais do estado, 85% dos entrevistados apontaram que a maior dificuldade enfrentada no mês foi a escassez e o alto custo de matéria-prima para produção.
Para 46%, a alta carga tributária foi problema e, para 38%, a variação na taxa de câmbio impactou nos negócios.
“Estes são problemas que vêm se arrastando nos últimos meses e impedindo a retomada com maior vigor da atividade industrial. Uma carga tributária mais igualitária entre os setores da economia e uma estabilidade na taxa de câmbio reduziriam a pressão sobre os custos de produção e tornariam a indústria mais competitiva”, aponta o economista.
A reclamação é antiga, mas justa. O empresário brasileiro conhece bem o peso da carga tributária. De acordo com dados do IBGE, os tributos no Brasil equivalem a 32% do Produto Interno Bruto (PIB). A indústria de transformação é a que mais paga impostos. Os gastos equivalem a aproximadamente 46% do Produto Interno Bruto (PIB). No setor de serviços a taxa cai para 19%, na construção civil, 12%, e no agronegócio, 1,7%.
(Fontes: CNI/ FIEP)
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