A indústria paranaense abriu 2.543 novas vagas de emprego formal (com carteira assinada) em fevereiro. Foi a segunda atividade econômica que mais criou oportunidades no estado, atrás do setor de serviços (16.997).
O comércio admitiu 2.141 pessoas, seguido pelo agropecuário (1.222) e pela construção civil (1.178).
No total, o estado abriu 24.081 postos de trabalho no mês. Os dados são do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados do Governo Federal (Novo Caged).
O resultado da indústria é melhor do que o de janeiro, com alta de 33%. Mas mostra que há uma desaceleração na comparação com fevereiro de 2022, com redução de 21% no quadro de contratações.
No acumulado do primeiro bimestre deste ano, o saldo do setor (admissões menos demissões) é positivo e chega a 4.454 empregos criados. Apesar disso, o saldo está 52% abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
“A boa notícia é que a indústria continua abrindo oportunidades, embora em um ritmo mais lento. No geral, o estoque de trabalhadores vem crescendo mês a mês. Era de 740 mil trabalhadores em janeiro e, no mês seguinte, foi para 742 mil”, ressalta a analista da assessoria econômica e de crédito da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep), Mari dos Santos.
No Brasil, o movimento é parecido, porém, as quedas tiveram menor intensidade.
A indústria nacional criou 40.380 postos em fevereiro, 18% mais do que em janeiro, mas 7,5% menos do que no mesmo mês do ano passado.
No acumulado do ano, o país gerou 74.490 empregos na indústria, 23% a menos do que no mesmo período de 2022 (96.518).
No Sul, os gaúchos lideram o ranking de fevereiro com mais de 12 mil vagas abertas, seguidos pelos catarinenses, 5.864. Somando janeiro e fevereiro, o Rio Grande do Sul liderou as contratações (15.687). Na sequência vem Santa Catarina, com 15.372 novas oportunidades de trabalho abertas.
Atividades industriais
Das 24 atividades avaliadas no Paraná, 15 criaram empregos e uma ficou estável (bebidas).
Setor de confecções e artigos do vestuário liderou as contratações em fevereiro (484), seguido por alimentos (395), automotivo (339), fabricação de produtos de metal (278) e borracha e material plástico (214).
Quem mais dispensou do que contratou, no mês, foi o segmento de máquinas e equipamentos e outros equipamentos de transporte, ambos com o fechamento de 65 vagas. Depois vêm petróleo (-25), minerais não-metálicos (-23) e celulose e papel (-20).
No ano, o movimento é parecido. Confecções e artigos do vestuário lidera a abertura de vagas no estado, com 1.317 novos contratados.
Alimentos está na sequência (1.232), seguido por produtos de metal (522), automotivo (426) e borracha e material plástico (401).
Entre os segmentos que mais dispensaram trabalhadores estão fabricação de máquinas, aparelhos e materiais elétricos (-526), produtos de madeira (-368), fabricação de máquinas e equipamentos (-251), metalurgia (-200) e produtos de minerais não-metálicos (-163).
“O desempenho da indústria aponta para um comportamento natural quando há troca de governo. Normalmente, o empresário aguarda as definições da nova gestão do país com relação aos rumos da economia”, destaca.
“Há uma grande expectativa na definição de como o novo governo vai atuar em relação ao controle dos gastos públicos e a responsabilidade fiscal”, justifica.
“Normalmente, os empresários aguardam essas definições para a tomada de decisão com relação a novos investimentos e contratações, impactando também no mercado de trabalho formal”, reforça Mari dos Santos.
Segundo ela, também há questões externas que influenciam a decisão dos industriais com relação à geração de novos empregos, como a continuidade do conflito entre Rússia e Ucrânia e a questão de a China estar importando produtos em menor valor do Paraná, o que tem efeito imediato nos setores exportadores do estado.
Há ainda a alta de 15%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no preço de insumos nos setores de sabões e cosméticos, produtos de perfumaria e de higiene pessoal, fabricação de bebidas e impressão e reprodução de gravações, no Brasil.
“Esse cenário impacta diretamente nos custos de produção e no preço final das mercadorias ao consumidor, inibindo políticas de expansão por parte do empresário, como a abertura de novas vagas de trabalho”, conclui a analista da Fiep.
Fonte: Fiep https://www.sistemafiep.org.br/
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